Julio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz
Gustavo, Paulinho e Oscar; Hulk, Neymar e Fred. Essa foi a seleção
brasileira que estreou na Copa das Confederações. Mas será que vai
conseguir passar ilesa por toda a competição?
A história recente mostra que, se isso ocorrer, será um feito e tanto.
Raramente o Brasil termina um torneio com a mesma formação que iniciou.
Substituições são comuns pelos mais variados motivos: opções dos
técnicos, lesões... Tem sido assim nas últimas Copas: Confederações,
América ou do Mundo.
No último torneio que a Seleção principal disputou, a Copa América de
2011, Daniel Alves, hoje titular quase inatingível de Felipão, perdeu a
posição para Maicon depois de duas partidas. A mudança promovida por
Mano Menezes não melhorou a equipe, eliminada nos pênaltis pelo
Paraguai, nas quartas de final.
Equipe titular do Brasil contra o México (Foto: Jefferson Bernardes / Vipcomm)
Na África do Sul foi um problema médico que traumatizou o time de
Dunga. Elano era um dos melhores jogadores do Brasil, mas se lesionou na
segunda rodada, contra a Costa do Marfim. Não conseguiu voltar, e foi
substituído por Daniel Alves, que atuou no meio-campo, algo corriqueiro
na época do treinador.
Um ano antes, na Copa das Confederações, Elano também foi um dos que
iniciaram a competição no time e terminaram no banco. Ele foi preterido
por Ramires, enquanto o lateral-esquerdo André Santos tomou a vaga de
Kleber.
Felipão tem boas opções no banco de reservas
nesta Copa das Confederações (Foto: EFE)
Dunga também mudou o time na Copa América de 2007. Após um início
cambaleante, com derrota por 2 a 0 para o México e atuações irregulares,
Josué e Júlio Baptista ganharam os lugares de Elano, mais uma vez
sacado, e Diego. O meio-campo se tornou mais consistente, e o Brasil
levantou a taça.
Na Copa do Mundo de 2006, Carlos Alberto Parreira desfez o quadrado
mágico justamente no último jogo, o da derrota para a França nas quartas
de final, ao colocar Juninho Pernambucano no lugar de Adriano. Não deu
certo. Mas as mudanças ocorreram também em Mundiais conquistados pelo
Brasil. Em 1994, por exemplo, o mesmo Parreira, hoje coordenador técnico
da CBF, trocou Raí por Mazinho no mata-mata.
E no penta, em 2002, Felipão descobriu Kleberson. Sua entrada nos
minutos finais contra a Bélgica, nas oitavas de final, lhe rendeu a vaga
de titular que era de Juninho Paulista.
Todo mundo vai jogar?
Aquela competição, aliás, sugere que o treinador pode fazer diversas
mudanças na equipe na Copa das Confederações, pelo menos no decorrer dos
jogos.
Kleberson foi a surpresa da Seleção na Copa de 2002 (Foto: Getty Images)
Em 2002, Scolari teve a preocupação de deixar que todos os jogadores
atuassem pelo menos por alguns minutos, com exceção dos goleiros
reservas, Rogério Ceni e Dida. O lateral-direito Belletti, por exemplo,
jogou cinco minutos na semifinal contra a Turquia. Vampeta e Kaká, na
época uma promessa do futebol brasileiro, tiveram 18 minutos em campo.
Agora, a missão de Felipão é mais árdua. Além de serem somente cinco
jogos, caso o Brasil chegue à final, ele tem feito algumas alterações de
praxe nos jogos. Fred, por exemplo, com histórico de lesões e uma
fratura incompleta na costela, tem sido sempre substituído por Jô, que
sucedeu o cortado Leandro Damião. O atacante do Atlético-MG, Lucas e
Hernanes entraram durante a estreia contra o Japão e no jogo diante do
México, na última quarta-feira, em Fortaleza.
- O Felipão sempre fala que um grupo não se faz só com 11 jogadores.
Todos são importantes e têm de estar preparados para quando a
oportunidade aparecer. Se der para todo mundo jogar é bom, fica um
ambiente bom, todos com o prazer de fazer pelo menos um jogo, mas
depende de como as coisas caminharem - disse Hernanes, um dos “quase
titulares” do time.
Sem marcar e com o reserva Jô bem, Fred é um dos 'ameaçados' na Seleção (Foto: Getty Images)
Somando os dois amistosos disputados desde que a Seleção se reuniu em
preparação para a Copa das Confederações, apenas os goleiros Diego
Cavaliero e Jefferson, o zagueiro Réver e o meia Jadson ainda não foram
utilizados. No torneio, Felipão tem mais três jogos, na previsão mais
otimista, para escalar sete jogadores se quiser igualar o feito do
penta.
Confira quantos minutos cada atleta jogou em 2002:
Marcos - 630
Cafu - 630
Lúcio - 630
Gilberto Silva - 630
Rivaldo - 630
Ronaldo - 553
Roque Jr. - 540
Edmilson - 540
Roberto Carlos - 540
Ronaldinho - 336
Kleberson - 307
Juninho - 204
Anderson Polga - 180
Denílson- 116
Edilson - 113
Júnior - 90
Ricardinho - 50
Luizão - 39
Vampeta - 18
Kaká - 18
Belletti - 5
Rogério Ceni - 0
Dida – 0