A menos de dois meses para o Exame Nacional do Ensino Médio (
Enem),
professores recomendam que os estudantes intensifiquem o foco na prova
do Ministério da Educação, que neste ano será realizada nos dias 26 e 27
de outubro e é obrigatória para quem quer uma vaga na grande maioria
das universidades federais, além de instituições estaduais e
particulares. Para garantir o melhor aproveitamento das horas passadas
na escola e em casa, professores de colégios de São Paulo contaram ao
G1 algumas das dicas que dão aos seus próprios alunos.
Veja alguns truques e hábitos que podem ajudar a fixar o conteúdo até o dia da prova:
Na sala de aula, a dica é levar as dúvidas para que
o professor possa ajudar (Foto: Divulgação/Colégio
São Luís)
Na sala de aula
A ajuda profissional é um dos principais trunfos dos estudantes que
atualmente estão no colégio ou fazendo um curso pré-vestibular, na
opinião da professora Vera Lúcia da Costa Antunes, que dá aulas de
geografia no Colégio Objetivo. "Tudo o que tiver dúvida o estudante deve
perguntar, ele não deve ficar com dúvida, é a pior coisa para a pessoa.
Não tenha vergonha, os professores estão aí exatamente para ajudar",
aconselhou ela.
Mas, para ter dúvidas, antes é preciso se dedicar aos estudos e
exercícios, alertam os docentes. "Fazer simulados, estudar exames
antigos do Enem, é o que parece ser mais positivo", afirma o coordenador
pedagógico do Colégio Etapa, Edmilson Motta.
Segundo ele, essa tática ajuda o estudante a perceber quais são os
temas que mais se repetiram no decorrer dos anos, mas também notar como,
a cada ano, novos temas começaram a aparecer, à medida que o Enem foi
se aproximando dos vestibulares tradicionais. "Se pegar a prova do Enem o
aluno vai perceber que alguns conteúdos são privilegiados. Então, fazer
simulados ajuda a perceber quais são os conteúdos privilegiados, para
procurar estudar esses temas que têm aparecido. Mas ele tem que procurar
ampliar a gama de conteúdo estudado, não ficar só no que já caiu."
Uma rotina que Vera Lúcia sugere para aproveitar melhor a realização
dos simulados é fazer as provas em casa, listar as questões erradas e
levá-las ao professor, para descobrir a razão por trás do erro.
"Não dá para dizer 'fiz, errei e paciência'. O aluno tem que entender o
que errou, isso leva a pessoa a pensar, a fazer outras questões."
Além de levar dúvidas de casa para o colégio, Vera lembra que, nos
casos dos candidatos que ainda não terminaram o ensino médio, os
professores ainda estão ensinado conteúdos inéditos. Por isso, o momento
é de concentração total nas aulas. "Dificilmente o aluno viu toda a
matéria já. Se sobrar tempo, ele pode voltar e fazer revisão de alguns
itens, mas em geral o melhor é treinar com simulado, para ver onde está
tendo dificuldade."
Estudando em casa
Os simulados são a forma mais eficaz de preparar o estudante para a
maratona de provas do Enem. Além da prática física de lidar com duas
provas de diversas horas, em dias consecutivos, com um total de 180
questões e uma redação, os candidatos devem se familiarizar com outro
hábito exigido no Enem: a leitura rápida, mas compreensiva, de textos
longos nos enunciados.
"É preciso treinar esse conteúdo, fixar pelo menos em parte [o
conteúdo] com questões que tenham essa pegada do Enem, que vão exigir
leitura mais atenta. Aproveitar o texto da questão para encontrar o
elemento da resposta. Às vezes a pergunta nem é tão complexa, mas a
leitura vai ser decisiva", explica Edmilson Motta, do Etapa.
Em casa, cada um deve controlar o tempo para os
estudos e o descanso (Foto: Halex Frederic/G1)
Nos horários livres, cada aluno deve controlar a própria agenda de
estudos e descanso. Por isso, algumas técnicas de organização são
importantes, alerta Maurício Rodrigues, professor de química do Colégio
Santa Maria, na Zona Sul da capital paulista.
Entre as dicas, ele ressalta a necessidade de um quadro que organize a
grade horária. "É meio clássico isso, ter um horário, dizer 'de tal hora
a tal hora vou estudar história', por exemplo, e fazer uma grade de
estudo focando as habilidades mais exigidas."
Na hora de priorizar as matérias, Rodrigues lembra que é preciso se
dedicar às disciplinas nas quais o estudante tem mais dificuldade, mas
sem descuidar das demais, que podem garantir um maior número de pontos
na prova. Um bom desempenho em todas as áreas, segundo ele, é
"fundamental".
Não existe um número de horas mínimo ou máximo para se dedicar à
preparação para o Enem, mas o professor Edmilson ressalta que a
disciplina é importante para aproveitar o tempo separado para os
estudos. "Tem que ter uma vida regrada, tem que ter disponibilidade
grande para o estudo, precisa ter tempo para estudar. Tem gente muito
organizada que consegue aliar bem diversão com estudo, mas isso é mais
exceção do que regra", afirmou ele. Por isso, sair à noite ou fazer
muitas atividades cansativas devem ser evitadas.
Alguns hábitos de lazer, porém, podem até garantir uma pontuação maior
ao candidato. "Ler os colunistas e os editoriais dos jornais é
fundamental, essa é uma orientação clássica", lembra o professor
Maurício, do Santa Maria.